Governo do Distrito Federal
Governo do Distrito Federal
11/08/23 às 9h45 - Atualizado em 11/08/23 às 11h53

Programação especial marca aniversário da Eape

COMPARTILHAR

Reportagem: Jacqueline Pontevedra 

Revisão: Antônio Alves

 

Subsecretária Maria das Graças Machado na abertura do evento.

Crédito: Daniel Fama/Gitead- Eape

 

10 de agosto é um dia importante para a educação do Distrito Federal. Nessa data, comemoram-se os 35 anos da Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE) e o Dia da Formação Continuada no Distrito Federal. Em homenagem à instituição, uma programação especial marcou essa data durante a realização da Semana de Formação Continuada.  Às 8h30, no auditório da instituição, a Subsecretária de Formação Continuada dos Profissionais da Educação, Maria das Graças de Paula Machado, fez a abertura do evento. “Nesse dia tão especial quero destacar a importância da integração entre a Secretaria de Educação e as Universidades. Neste ano e neste governo, nós temos uma das maiores conquistas que é a criação da Universidade do Distrito Federal. Destaco que já estabelecemos conexões e estreitamos laços, pois o Plano de Formação envolve: a formação inicial, a formação continuada em serviço e a formação continuada da pós-graduação do mestrado e doutorado. E hoje nós temos a honra de receber, como palestrante, uma pessoa que eu admiro muito pela coragem de construir e concretizar a Universidade do Distrito Federal, a Reitora da UnDF, Professora Doutora Simone Banck”, destacou  a subsecretária.

 

Na sequência, a Reitora da UnDF, Professora Doutora Simone Banck deu início à palestra sobre o tema: Estreitando laços entre Universidades e Secretarias de Educação em prol do fortalecimento da formação continuada. A mediação foi pelo editor da Revista Com Censo, Danilo Maia, pelo assessor técnico da Eape, Felipe Dias e pela responsável pela Diretora de Inovação, Tecnologias e Documentação (substituta), Alzira Neves. Para garantir a acessibilidade na transmissão do evento, os intérpretes da Central de Intermediação em Libras da Secretaria da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal, Alexandre Castro e Cindy Rayla, foram os intérpretes da Língua Brasileira de Sinais.

 

Inicialmente, a reitora destacou o aniversário da Eape como uma data especial e particularmente simbólica. “Há mais de 30 anos, sou professora da Secretaria de Educação e a Eape também fez parte do meu percurso profissional. Então, eu estou em festa pela Eape, pela educação pública”, destacou.

 

A partir do tema proposto, a Reitora apresentou um percurso da história do ensino superior no Distrito Federal e destacou algumas questões: “Primeiro, não precisamos de grandes acordos no papel para aproximarmos a Universidade e a Secretaria de Educação, somos da mesma casa. E inclusive, por lei, a Secretaria de Educação e a Universidade estão juntas. Segundo, os espaços na UnDF estão distribuídos com coordenações de centros interdisciplinares que abarcam as diversas áreas do conhecimento, as metodologias, o site. Portanto, o diálogo com as cinco pró-reitorias que foram construídas e com os servidores está aberto”. 

 

Outro ponto importante abordado foi a urgência do diálogo sobre o que é vivido e pensado dentro da universidade com as urgências identificadas durante a formação. Sobre essa questão, algumas considerações foram apresentadas. “Para garantir a formação, um debate que precisa ser fortalecido imediatamente é a garantia da educação pública e gratuita – que é um dever do Estado. Essa é a primeira discussão que deve ocorrer entre a UnDF e a Secretaria de Educação, pois o DF criou, em tempos em que a universidade estava sendo chamado de espaço de balbúrdia, uma universidade pública e gratuita. Isso é um sinal de que o Distrito Federal tem muito a contribuir com os processos políticos de construção de espaços públicos que garantam o direito à educação pública”, pontou a Reitora.

 

Além dessa questão, Simone apresentou outra pauta urgente: a humanização.  “Os saberes, os conteúdos, as competências e as habilidades tangenciam muitas vezes a discussão de que sujeito somos e de que sujeito desejamos, objetiva e subjetivamente, colaborar na formação. E, dentro da perspectiva de formação continuada, como formadores de formação, devemos verificar quais são as matrizes de habilidades e competências que os estudantes tanto do ensino superior quanto do ensino fundamental falam, pois nossa linguagem está distante dos estudantes e também muito distante do que era a linguagem da formação de conteúdos. Então, pensar humanização, pensar permanência e garantia do direito público à educação e pensar que o DF tem expertise e possibilidade de trabalhar estruturalmente – gestão e política pública  – para que esses direitos sejam garantidos é um bom desafio e um bom começo para a UnDF e para a Secretaria”, enfatizou. 

 

Nesse contexto, outro ponto destaque foi a importância da pesquisa como um processo formativo para a educação. A palestra completa está disponível para visualização neste link https://www.youtube.com/watch?v=YtaTjV3qfLw 

 

Período vespertino – Oficinas Pedagógicas

 

No período vespertino, às 14h, também no auditório, foi exibido o documentário Memória viva do curso: A arte de contar histórias – uma produção audiovisual que faz o histórico dessa formação, certificada pela Eape, e que, desde 1999, é oferecida pelos Centros de Vivências Lúdicas Oficinas Pedagógicas da Secretaria de Educação do Distrito Federal. O vídeo faz parte da pesquisa de doutorado, realizado no Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília, pela professora da rede pública, Cristina Aparecida Leite.

 

“A pesquisa prevê a sistematização da história do curso, em diálogo com o histórico das Oficinas Pedagógicas, sempre na perspectiva de auxiliar os professores e as professoras da educação básica no trabalho realizado em sala de aula, por meio de estratégias lúdicas, criativas e artísticas vivenciadas nos cursos e nas oficinas temáticas”, explicou Cristina.

 

Com 30 minutos, além da contextualização sobre o trabalho realizado nas oficinas pedagógicas, o vídeo, a partir de uma estética que primou por ambientes abertos, apresenta depoimentos de professoras formadoras (ativas e aposentadas) e de cursistas que fazem relatos expressivos sobre a história e as experiências com e nas oficinas pedagógicas. “O registro em audiovisual é uma maneira de eternizar essa bem sucedida experiência artístico-cultural-pedagógica, valorizando as vozes de quem construiu e constrói esta história. A exibição do documentário é um momento para que os participantes possam ter acesso ao material produzido para avaliar, sugerir, opinar e, como não está finalizado, será possível fazer ajustes finais para posterior disponibilização”, enfatizou Cristina.

 

Neste ano, as Oficinas Pedagógicas completam 37 anos. Ao todo, cerca de 4 mil professores já foram certificados no curso A arte de contar histórias.“O trabalho desenvolvido pelos profissionais nas oficinas, que existe na rede pública desde 1986, deve ser considerado um patrimônio da capital federal, pois é uma experiência única no Brasil – que completou quase quatro décadas de existência”, concluiu Cristina.

 

Há oito anos no Centro de Vivência Lúdica Oficina Pedagógica do Núcleo Bandeirante, a professora Simone Moura acredita que o vídeo vai além do registro histórico da trajetória das Oficinas Pedagógicas no DF. “Ele é uma declaração de amor e uma demonstração da gratidão da própria autora e dos participantes às significativas transformações pessoais e profissionais do universo lúdico proporcionado pelas oficinas. A ludicidade é a ponte que nos transporta para uma atuação docente marcada pelo afeto, pelo humano, pelo sonho de uma educação com alegria, com encanto e com beleza. Quem passa pelas oficinas pedagógicas, seja como formador ou como cursista, consegue se conectar ou se reconectar com sua essência, com aquilo que tem de mais humano, de mais bonito. Dessa forma, passa a enxergar os estudantes, os colegas, a si mesmo e à vida de uma maneira mais leve, mais acolhedora, mais solidária, que desperta a capacidade de criar, experimentar e aprender continuamente. É, de fato, uma experiência transformadora. E isso se faz presente no documentário que está belíssimo, cheio de sensibilidade e amorosidade”, explicou.

 

Durante o evento, o professor da Faculdade de Educação da Universidade Brasília, Antônio Villar Marques de Sá, doou cem livros que abordam Ludicidade para as oficinas pedagógicas –  o que evidencia também sensibilidade e reconhecimento ao trabalho realizado.

 

E quem também já atuou nas Oficinas Pedagógicas e destaca a importância do trabalho realizado é a Reitora da UnDF, Simone Benck. “O papel das oficinas pedagógicas, em muitos momentos, foi muito, muito desvalorizado. Nesses espaços são construídos os instrumentos e meios que nos levam e nos aproximam da aprendizagem dos estudantes e isso é fenomenal. A rede pública precisa ter mais esforços para legitimar as oficinas, pois o que é feito ali não é feito por gente que não pode ou que não quer estar na sala de aula. O que é feito na oficina pedagógica é feito por quem enxerga a educação em lugares que, às vezes, quem está na sala de aula não enxerga”, enfatizou a reitora.

 

 “Apresentar o trabalho realizado nas Oficinas Pedagógicas durante a Semana de Formação Continuada é evidenciar uma ação que já faz parte da história da formação continuada antes mesmo da criação da Eape”, afirmou o coordenador pedagógico dos Centros de Vivências Lúdicas Oficinas Pedagógicas, Lucas Neves. De acordo com material de divulgação, em 2023, 33 professoras e professores atuam nas quatorze Oficinas Pedagógicas. Ao longo dos anos, já atuaram mais de 350 docentes, das quais mais de 260 são mulheres, cerca de 80% do total.“Trata-se de uma história com alma feminina”, destacou Cristina.

 

Em 2018, as Oficinas Pedagógicas tiveram seu nome alterado para Centros de Vivências Lúdicas Oficinas Pedagógicas por meio da publicação da portaria nº 388, de 29/11/2018. Mas, popularmente, continuam sendo conhecidas como Oficinas Pedagógicas.

 

PRADS

 

Após a apresentação do vídeo e da roda de conversa sobre as oficinas, em diferentes salas, professores cursistas apresentaram os resultados da formação realizada na Eape por meio da Prática Reflexiva sobre das Aprendizagens Docentes (PRADS). De acordo com a Portaria 80 (de 27 de janeiro de 2023), PRADS é uma reflexão sobre a prática educacional e sobre uma busca para aperfeiçoamento técnico, pedagógico e ético dos profissionais da educação, ou seja, ao final de um curso de formação, o educador elabora um trabalho final e, na sala de aula, aplica o que aprendeu com os estudantes.

 

Duas cursistas que participaram do curso de formação de 180h, Cinema e Educação, ministrado pelo formador João Rafael, apresentaram a Prática Reflexiva sobre as Aprendizagens Docentes (PRADS). A professora do Centro de Ensino Fundamental 213 de Santa Maria, Magna Rodrigues, falou da importância do curso para sua prática pedagógica e relatou as experiências realizadas com os estudantes na produção de um vídeo e na exibição desse produto. 

 

A professora de história do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, Míriam Limeira, por um viés teórico, estudou o cinema brasileiro no mestrado e o doutorado. “O desafio da formação com o professor João Rafael é de iniciar um percurso, na prática, em conjunto com os estudantes. E, com este curso, o objetivo é de começar a compreender esse outro espectro para, posteriormente, elaborar com os estudantes pequenos vídeos”, explicou Míriam.

 

Período noturno

 

À noite, às 19h, a Semana de Formação Continuada ainda teve continuidade com a realização de diferentes oficinas on-line. Variadas temáticas foram abordadas e as inscrições foram realizadas por meio do link https://eadeape.se.df.gov.br

 

Para finalizar a programação de aniversário, a Subsecretária Maria das Graças de Paula Machado destacou o 10 de agosto como uma data importante para os educadores do Distrito Federal. “O dia da formação continuada foi estabelecido pela Lei nº 6.502 de 2020 e está previsto também no calendário oficial do GDF. Isso representa uma conquista para os professores da rede pública que dispõem, nos momentos para coordenação, de um horário específico para realizar a formação continuada. Precisamos valorizar esses momentos de formação e as conquistas que resultam dessa possibilidade pedagógica. Além disso, cabe destacar que a EAPE é a única escola em que os próprios professores da rede pública passam por um processo seletivo e são os responsáveis pelas formações de outros profissionais da rede. Parabéns também a todos os formadores e formadoras”,  finalizou. 

Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação - Governo do Distrito Federal

EAPE

SGAS 907, Conjunto A - CEP: 70.390-070
(61) 3901-4942
e-mail: eape@se.df.gov.br