Governo do Distrito Federal
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13/06/22 às 22h49 - Atualizado em 13/06/22 às 22h51

Racismo religioso é tema de Roda de Conversa

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Com informações do release, Jacqueline Pontevedra

 

 

No Distrito Federal, 59% dos crimes de intolerância religiosa são voltados às religiões de matriz africana. Os ataques a terreiros e a centros de umbanda, candomblé e quimbanda e também as agressões físicas e verbais sofridas pelos adeptos evidenciam o racismo religioso existente e, nessa mesma perspectiva, as igrejas LGBTQIA+ também são objetos de julgamentos e discriminações por subverterem uma visão única, ocidental e eurocêntrica, de fé.

 

Nesse contexto, para evidenciar os efeitos devastadores da discriminação e dar visibilidade à luta pelo reconhecimento da diversidade religiosa, nesta terça-feira, dia 14 de junho, às 8h30 e também às 14h, será realizada uma Roda de Conversa sobre o tema Racismo religioso, educação, diversidade e emancipação, no Jardim Espaço Brasilidade Afroindígenas (entre as salas 53 e 55) na Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação – na 907 Sul.

 

O evento é direcionado aos profissionais da educação. Trata-se também de uma aula presencial que integra os cursos Letramento em Educação Antirracista: por uma escola aberta e polifônica, ministrado pela formadora Renata Nogueira da Silva; e Reconhecendo a diversidade sexual na escola, ministrado pelo formador Prof. Me. Leonardo Café.  “É preciso falar sobre racismo religioso pensando que determinadas religiões são atacadas de maneira violenta e não simplesmente intoleradas”, ressaltou um dos organizadores do evento e formador, Leonardo, em entrevista ao Correio Braziliense.

 

Para o debate sobre a pluralidade religiosa, além dos cursistas e de outras pessoas interessadas na temática, vão participar representantes de diferentes lideranças: Adna Santos, mais conhecida como Mãe Baiana, mulher negra que há mais de 40 anos defende minorias sociais;  Pastora Wall,  mestranda em Teologia com mais de 64 anos no protestantismo;  Clisman Toniazzo, teólogo e pastor na Arena Apostólica Church e Pai Christofer Sabino – Pai Chris de Iemanjá, professor, sacerdote de Umbanda e pós-graduado em Teologia das religiões afro-brasileiras.

 

A utilização do termo racismo religioso acaba por reforçar um ponto central da sociedade brasileira: o racismo estrutural no Brasil. E, em muitos momentos, a comunidade escolar acaba por reproduzir e vivenciar esse racismo que atinge não somente os estudantes, mas também os professores praticantes de religiões de matrizes africanas. E isso é um ataque à democracia, ao Estado laico e à liberdade.

 

Para combater o racismo religioso, a escola deve ser um ambiente onde toda a comunidade escolar possa vivenciar a cultura do diálogo e do respeito às diferentes manifestações e práticas de fé. Para isso, é também preciso que os educadores busquem a formação continuada e realizem atividades pedagógicas específicas para evidenciar a diversidade religiosa existente. Cabe destacar que a roda de conversa também tem por objetivo colocar em prática a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena na escola que é determinada pela Lei 10.639 de 2003 e pela Lei 11.645 de 2008. Outra questão importante é que as atividades relativas a esses temas devem ser trabalhados ao longo de todo o ano letivo. De acordo com Leonardo, “as discussões sobre o assunto não devem ocorrer somente no Dia da Consciência Negra, em desfiles ou exposições circenses”.

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